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domingo, 13 de dezembro de 2015

Giovanni Bianco faz a menina Anitta dançar para Arezzo

O diretor criativo Giovanni Bianco, uma das pessoas mais influentes no cenário da moda brasileira, com destaque internacional - há dez anos é o responsável por todo o material gráfico e de divulgação da Madonna - tirou mais uma jogada de mestre do seu "liquidificador de ideias e conceitos", como se define. Uniu dois clientes: a cantora Anitta e a marca Arezzo, com resgate de canção ícone dos "maduros" Novos Baianos.

A cantora foi seu trabalho de transformação mais recente, quando aceitou o desafio de mudar a imagem de funkeira para ídolo pop. Anitta precisava adaptar sua imagem de modo a agradar a todos os públicos que ela atinge, “das crianças à comunidade gay”, segundo ela. O carioca meio novaiorquino baixou sua varinha de condão e uma Anitta sexy-ingênua surgiu.

A parceria com a Arezzo para a campanha de fim de ano da marca vem coroar esse trabalho. Anitta aparece delicadamente produzida, enaltecendo as cores das festas de fim de ano da mais popular grife de calçados fashion da América Latina - branco e dourado. E cantando, com jeitinho inocente, a música "A Menina Dança", gravação original de 1972, no vinil "Acabou Chorare", dos Novos Baianos e mais tarde (2013) incluída na trilha da novela "Joia Rara", da TV Globo. Em sua interpretação, Anitta chega a pincelar um leve tom baiano, de Baby Consuelo em sua gravação pioneira, ao seu sotaque carioca (cuidadosamente lapidado).

Dirigida por Bruno Ingloti e com make/hair de Henrique Martins, Anitta canta, dança, mostra os produtos da marca e, com jeito dengoso ainda passa uma mensagem otimista em tempos tumultuados: "Liberte a menina dentro de você porque quando tudo 'tá virado, o jeito é dançar e celebrar a vida."


Até 24 de dezembro a Arezzo dá uma sapatilha de presente nas compras acima de R$ 500.00, entre 12 modelos, com cores e padronagens que variam de loja para loja.

A coleção

Giovanni Bianco

Giovanni, de origem humilde (pai feirante e mãe operária em uma fábrica de macarrão, que se conheceram em Santa Tereza, no Rio de Janeiro), trabalhou duro para conseguir o que queria. Passou dificuldades quando se mudou para Milão, aos 23 anos. Conseguiu trabalho no consulado brasileiro e finalmente chegou aos escritórios de comunicação visual onde começou a montar seu portfolio fazendo logomarcas e catálogos para galerias. Ele costuma enfatizar que não sabia nada de moda até conhecer Stefanno Gabbana e Domenico Dolce, que lhe deram sua primeira grande oportunidade - um catálogo da D&G, segunda marca da Dolce & Gabbanna. em seguida vieram Dsquared2 e Max Mara. 

Hoje, aos 50 anos, mora em São Paulo e tem o escritório GB65 em Nova York, onde atende grandes grifes. É dele os catálogos e campanhas da Prada e Miu Miu, Marni, Pucci, Zegna, Versace, entre tantos labels. Trabalha com fotógrafos da estirpe de Annie Leibovitz, Mert & Marcus, Inez and Vinoodh, Gui Paganini, Zee Nunes, Steven Meisel e Steven Klein, que lhe apresentou Madonna.

Em 2014, assinou o desfile da grife Versace para a Riachuelo, na São Paulo Fashion Week, com uma ideia brilhante: montou uma loja no fundo da passarela e, logo após o show, o público pode comprar as peças que acabara de ver nas modelos. O sucesso foi tanto que a gigante do varejo brasileiro vendeu toda a coleção disponível nas lojas em dois meses.

Mas não se engane, Bianco não fez fama e deitou na cama. Perfeccionista, sempre acha que pode fazer melhor, e continua trabalhando duro. Em uma entrevista a Camila Yahn para a FFW Magazine, em março último, sentenciou: "Ninguém nasce genial, a genialidade está no quanto você usa sua máquina de trabalho".

Fotos: Arezzo e reprodução